Cientistas tentam compreender e quantificar que aspectos específicos de uma música emocionam mais que de outra. Os resultados contribuem para um maior entendimento sobre o funcionamento do cérebro e a importância da música no desenvolvimento, comunicação e cognição humanos e até como ferramenta terapêutica.
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Pesquisas científicas mostram que o cérebro entende a música não só como desvio emocional, mas também como uma forma de movimento e atividade. E o que realmente confere emoção pode não ser ritmo ou melodia, mas momentos quando músicos fazem mudanças súbitas nos padrões musicais.
Veremos como a música é recebida pelo cérebro, quais áreas são afetadas e que reações ela provoca.
A captação do som até sua percepção e interpretação é uma seqüência de transformações de energia, iniciando pela sonora, passando pela mecânica, hidráulica e finalizando com a energiaelétrica dos impulsos nervosos que chegam ao cérebro.
O som é transmitido por moléculas através do ar, chega ao tímpano, que se agita para dentro ou para fora, conforme a amplitude e volume do som que recebe, e também da altura desse som, isto é, se ele é grave ou agudo. Entretanto, nesse estágio, o cérebro recebe apenas uma informação incompleta, sem distinção do que o barulho realmente representa – se ele é de vozes, do vento, de máquinas etc. O resultado final, decodificado pelo cérebro, representa uma imagem mental do mundo físico, que é gerado a partir de uma longa cadeia de eventos mentais.
O primeiro processo dessa cadeia, pode-se dizer que é a “extração de características”, quando o cérebro apenas percebe as características básicas da música, por meio das redes neurais especializadas. Nessa fase, o som é decomposto em elementos básicos como altura, timbre, localização no espaço, intensidade, entre outros. Isso ocorre nas partes periféricas do cérebro. O segundo passo ocorre nas partes superiores cerebrais, quando é preciso integrar essas informações básicas adquiridas, de forma a obter uma percepção completa.
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O cérebro enfrenta três dificuldades nas fases mencionadas acima, nas quais deverá provocar alguma reação no indivíduo: “primeiro, a informação que chega aos receptores sensoriais é indiferenciada em termos de localização, fonte e identidade. Segundo, a informação sonora é ambígua: diferentes sons podem gerar padrões de ativação similares ou idênticos ao atingirem o tímpano. Terceiro, a informação sonora é incompleta”. Logo, uma das funções dessas etapas é fazer uma espécie de cálculo estimado do que está acontecendo realmente no mundo, o que permite afirmar que a percepção auditiva é um processo de inferência. Explica Daniel Levitin, neurocientista e músico, no artigo “A ilusão musical”.
No entanto, a ciência ainda não é capaz de afirmar que escutar, tocar ou aprender música faz com que as pessoas ligadas a atividades musicais sejam “melhores” em outras áreas do conhecimento ou apresentem alteração de comportamento tomados como positivos (efeito). “A aprendizagem musical não se separa do desenvolvimento geral do indivíduo. Nesse sentido, não só o desenvolvimento cognitivo, mas também o afetivo e o motor estão integrados nesse processo”.
“Depois do silêncio, o que mais se aproxima de expressar o inexprimível é a música.”
Aldous Huxley
Creditos –(Caroline Pacheco – UFPR).
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